11 de novembro de 2012

Sentei-me na escrivaninha, roubei um biscoito de chocolate da cozinha e agora estou parada a olhar para o infinito, olho para a janela e não vejo sequer uma sombra tua, será por causa dos pequenos e fracos raios de sol raiarem pelo meu cortinado laranja? Duvido. Simplesmente não estás.
Imagino nós os dois debruçados na grande janela do meu quarto, a partilhar um charro enrolado por ti, a experimenta-lo, a comentar o sabor, a comentar o fumo e a comentar como está frio.
Tens uns gigantes olhos negros, que não sei interpreta-los, não sei como é a tua alma e por isso me fascino.
O teu cabelo é enorme. 
Dizias tu. Gargalhava para dentro, mas mesmo assim deixei escapar um sorriso que se alastrou pelos meus lábios.
Sem resposta formulada, informei-te.
Tenciono que fique maior, muito maior. 
Então disseste.
Pretendes ter-me aqui mais vezes, para subir pela janela, com a ajuda do teu cabelo. Nem todas as vezes vou poder entrar pela porta não é? 
Envergonhada falei.
Talvez sim, talvez não. 
Sem resposta, como as maiores partes das vezes.
Não quero que saibam de ti, por isso me vou afastar, já me roubaram coisas suficientes.

1 comentário:

Rita disse...

Adoro estes resumos assim meio perdidos