19 de dezembro de 2013

O encanto consumidor das palavras que fazem eco na minha alma..., o que queriam estas palavras dizer? Nada. Oh, tanta coisa é certo, mas eu evitava ferozmente ouvi-las.
Sim, evitava, como se evita olhar pela janela para não observar as desgraçadas do mundo que nos abraça para nos sufocar, apenas.
Mas voltando às palavras, elas transmitiam-me tanta coisa... e que coisa, e que medos, e que insegurança, mas eu sentia-me num pilar forte o suficiente para me manter no topo..
Mas como estava eu tão enganada, tão incerta.
Tudo desapareceu, como se um foco de luz se apagasse e pixeis aparecessem diante dos meus olhos, como da minha boca se fizesse um túmulo de brasas ardentes e como se acabassem os sons melodiosos do piano. Como se eu visse a vida a morrer diante das minhas próprias mãos, diante da minha incapacidade de me conseguir levantar do chão...
E bolas, e eu observo que apenas é como se esmurrasse um joelho e precisasse de tempo para o deixar sarar..
Mas as feridas do coração são piores é certo... É certo? O que eu sabia de certezas neste tempo? Nada.
Eu precisei muito mais de que tempo, de que espaço, eu precisei daquilo que eu sempre procurei. Um lar.
Um lar... não falo de uma casa minha ou da casa de uns amigos. Falo de um lugar que eu me sentisse bem... e... eu encontrei-o. E mais que encontrar um lar, encontrei o meu futuro, um futuro que até hoje não me brilhara nunca.
Posso dizer agora que é certo que todas as coisas que passei me fizeram perceber o que é mais importante na vida que é tão brilhantemente obscura, na vida que é feita de obstáculos maiores que os nossos próprios medos... Medos? Ultrapassa-se correndo, porque deve-se ir, mesmo com medo, mesmo com medo eu vou.

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