13 de novembro de 2011

DOIS CORAÇÕES A BATER NUM SÓ; parte 11.

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Não tardou a escurecer, vimos o por-do-sol, e não há nada mais bonito que isso.
O Duarte agarrava-me os braços com muita força, sentia um pouco da sua insegurança nos nós dos seus dedos, e quando ele me tocava mais suavemente, sentia um tremer que me era desconhecido. Porquê? Então, Duarte é Duarte e o Duarte que toda a gente conhece é uma pessoa repleta de confiança.
Voltei-me para ele, e reparei que os olhos de mel do Duarte, eram mel com lágrimas e rapidamente perguntei-lhe.
«Duarte? Que se passa?»
Ele limitou-se a sorrir e a olhar para o mar.
«não se passa nada.»
«não te vais fazer de forte comigo pois não?»
«devia?»
Eu abanei com a cabeça de forma negativa e apertei-lhe a mão contra o meu peito.
«o que achas que o meu coração está a dizer?»
Ele olhou para a mão que estava no meu peito e depois para mim.
«está a pensar que eu sou um maricas?»
Rimos os dois. E o riso dele, foi tão Duarte.
«não, está a gritar de preocupação contigo.»
«sabes? Acho que toda a gente me abandona, mais tarde ou mais cedo.»
«eu não te vou abandonar, meu amor.»
Ele olhou para mim muito sério. Arregalei a minha sobrancelha e ele não se riu.
«que foi?!»
«essa foi exactamente a frase que a minha mãe disse quando eu lhe contei que tinha medo que o meu pai não voltasse da guerra.»
«e então? Ela abandonou-te?»
«não.. Mas foi-se embora.»
Engoli em seco, daquela eu não estava à espera.
«mas contínua contigo aqui..»
E levei a mão dele ao seu peito.
Ele baixou a cabeça e apertou a minha mão.
«tu podes jurar nunca me abandonar?»
«posso. Posso jurar-te qualquer coisa.»
Ele sorriu e eu dei-lhe um beijinho no nariz. 
Depois encheu-me de cocegas e voltou a aconchegar-me no colo dele.
«sabes Ana?»
«o quê?»
«descobri que o mar tem os seus segredos..»
«ah?!»
Fiquei um pouco constrangida, mais uma coisa maravilhosa do Duarte.
«anda cá.»
Levantou-me atrás dele e como as roupas já estavam secas, com cuidado, procurou duas estrelas do mar.
«não são lindas?»
«são tão perfeitas!»
«sabes qual é o segredo delas?»
«não, qual é?»
Sentia-me profundamente bem ao lado dele, sentia-me no mundo que não é o meu, mas que é partilhado com o tesouro que eu encontrei no pior momento.
«as estrelas do mar dão muita graxa!»
Comecei a rir-me como uma perdida. Ele disse uma coisa completamente estranha para um rapaz da idade dele. 
Depois começou a rir comigo, encostou uma estrela do mar ao meu ouvido e fazendo-se de voz da tal, pronunciou: «a Ana é linda, o Duarte ama a Ana, é linda, linda, maravilhosa, a Ana tem um grande coração, a Ana é corajosa e valente, a Ana é forte, adoro a Ana.»
Eu sorri.
«tens razão, as estrelas do mar são mesmo graxistas!»
«e sabes o que têm de melhor?»
Abanei com a cabeça muito curiosa.
«nunca mentem.»
Sentia o meu coração a mil, sentia o calor a evaporar o frio dos meus ossos. 
Da minha vida sem certezas a minha maior e única certeza era o Duarte, a única razão viva que eu sei amar.
Ao lado do Duarte? Não estou na terra, estou noutro sítio. Não sei como se chama precisamente, mas sei que começa com D e acaba num E. Fazem ideia do nome? O meu coração sabe, está mesmo debaixo da língua.. Esperem.. Tá quase.. É isso! É: Duarte. E o lugar é o seu coração, de mel, e de perfeição.. A minha casa.. O meu eu.. A minha vida.  


{espero que tenham gostado meus amores,
já sabem, comentem.
amo-vos!}

4 comentários:

adriana martins disse...

esta completamente lindo :)

Maria Inês disse...

Não tens nada que agradecer querida.

Aurora disse...

não tens de quê, meu amor<3

Cleo. disse...

li todas as partes da tua história e tão bonita. o amor dele é lindo!