7 de junho de 2012

Já a algumas luas tenho dormido mal, envolvida em lençóis sombrios e rasos .
Encontro-me a caminhar vagamente por caminhos tão desconhecidos e pisando o chão como se ele me fizesse arder os pés um pouco calejados da rotina. 
Depois de caminhar um longo tempo deparo-me com um baloiço e simplesmente me sento.
Onde estou? Num parque infantil, esperando uma eterna criança que me cale a bochecha, que me dê um beijo barulhento.
O que obtenho? Obtenho a solidão, minha companheira de anos e minha amiga de infância.
Perco a noção do espaço e do bolso do meu casaco de ganga puxo um cigarro e o meu isqueiro oferecido pela Meylin, fumo e muito rapidamente o mato.
O ar é pesado e toma conta da minha alma, quando fui a dar por mim, fumei erva.
Bolas, eras um charro enrolado por ti, era capaz de jurar que conhecia aquele sabor a saliva masculina. 
A única opção que tinha era não me mexer, não sair do lugar que estava, porque sempre que tentavas movimentar-te acabavas por ceder e 'mano, bôta outro' e acabavas desfeito nessas coisas que te destruíram o espírito.
Tive pensamentos perversos contigo e senti-me suja, senti-me uma vadia.
Culpa tua, inteiramente tua.
Se me desses ouvidos neste momento era um pouco de álcool misturado com nicotina e não pensamentos imundos ocupados na tua cama.